Nando Reis é um cara bacana, boa praça mesmo. Seu novo DVD, lançado no final de semana passado está aí para confirmar isso. E mais. Trata-se de uma demonstração de coragem e atitude diante da pasmaceira e mediocridade generalizada que impera entre os artistas da MPB. Para o que ele definiu ampliação de suas próprias fronteiras, chamou para participar do show alguns dos nomes mais desprezados palo status quo: a Banda Calypso e a dupla Zezé di Camargo & Luciano.
O repertório também não foi nada convencional. Tem Roupa Nova – a banda mais subestimada deste país – Calcinha Preta, Wando e também o anátema da crítica especializada: Guilherme Arantes. Não faltou gente dizendo que trata-se de uma suicídio comercial. Balela. É visonarismo dos bons, isso sim. E está faltando gente com visão nesse país.
É chocante constatar que o sexagenário Caetano Veloso seja uma das únicas vozes a afirmar em palestras, congressos e entrevistas que a Banda Calypso é revolucionária, que a nova cena do pagode baiano é riquíssima. Com isso em mente resolvi esse mês reler seu livro Verdade Tropical e acabei por contatar paralelos interessantes entre o cenário musical atual e o do final da década de 60.
Quando Caetano e seus baianos se mobilizaram para criar um movimento que acabou por receber o nome de Tropicália tinham em mente implodir o sectarismo que existia entre a dita MPB séria e engajada, a jovem guarda e a cultura de massas internacional. Se observarmos com atenção, hoje em dia este sectarismo voltou a ocorrer. Esse DVD novo do Nando Reis – por sua pecularidade – e as declações de Caetano – por sua singularidade – são exceções que confirmam a existência de uma regra. Sem medo de errar, afirmo aqui nesta coluna que uma nova Tropicália se faz necessária. Só que com um pequeno desvio de rota.
Ao invés de integrarmos a nossa MPB séria à cultura de massas internacional, devemos integrá-la à cultura de massas interna. Sim, existe uma cultura de massas genuinamente brasileira em plena vitalidade, embora a crítica se recuse a considerá-la como cultura. Igualzinho ao que ocorria nos 60 com relação ao pop americano, era considerado lixo cultural.
Gente! Sertanejo é cultura de massas. Pagode é cultura de massas. Forró é cultura de massas. O nosso Tecnomelody idem. Existe um antagonismo gritante entre esses gêneros e a MPB e tudo o que é considerado de “bom gosto” nesse país.
Não seria bacana se o próprio Caetano se atentasse a isso e fizesse um reload de seu movimento dos anos 60? Para que uma ruptura paradigmática ocorra no senso comum, precisamos de nomes de peso do nosso lado. Estamos entrando nos anos 10, a década da imagem de um Brasil Pop perante o mundo. Amazônia, Pré-Sal, Copa do Mundo, Olimpíadas, as evidências são várias. Todas as atenções estarão voltadas para cá na década que se inicia. E que música pop apresentaremos ao mundo? Essa MPB rançosa que chafurda na herança maldita da bossa nova? Espero que não.
Eu costumo brincar que a Tropicália usava o mote antropogagia para conceitualizar seu movimento e que agora temos que mudar para autopofagia. Expliquei minha teoria para o porteiro do prédio onde eu trabalho. Ele coçou a barba e como é daquelas pessoas que quando se comovem com alguém que tenho um problema sem solução, sempre tentam ajudar, me veio com essa:
- Que tal fazer um Reality Show com essa gente toda? Essa coisa de manifesto, movimento, isso não cola mais hoje em dia com essa moçada que só quer saber de Internet.
- Como é que é?
- Ponha esse povo todo, esses cantores, trancados todos juntos dentro de um estúdio por 90 dias e vê o que eles conseguem fazer.
E não é o que o seu Amaral, mesmo provavelmente não tendo entendido patavinas da minha cantilena sobre Autopofagia e nunca tenha ouvido falar da Semana de Arte Moderna, conseguiu intuir uma parada bacana. Imaginem se um canal de TV abraçe essa ideia e convoquem para um confinamento criativo a Gaby Amarantos, o Maderito, o Waldo, o Chimbinha, o Sorocaba, o Victor Chaves, o Edu Luppo, o Belo...? Seria, no mínimo, interessante, e no máximo, a salvação da MPB
E tudo teria aído da cabeça de um porteiro.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
guerrilha memética
Agora, nessa manhã fria e ensolarada de Curitiba, penso até que devo te pedir desculpas pela tamanha veemência de meus argumentos em prol da Gang de ontem à noite. É que meus brios justiçeiros foram cutucados por alguns fatos externos e internos referentes ao cenario musical de Pindorama.
Fato um. Os Aviões do Forró - esta reencarnação de Jackson do Pandeiro - finalmente gravaram um DVD decente, sob a tutela da Som Livre, em Salvador. Chamaram a Ivete Sangalo para participar, num claro tributo à arte da obviedade. Também tentaram encaixar Jorge & Mateus, em outro tributo, desta vez ao oportunismo comercial. Mas veja, o terceiro convidado foi o Humberto Gessinger do forró: Dorgival Dantas. Nada contra este talentoso compositor, mas Meguita of Sky, descasque o seguinte abacaxi: porque cacete de asas não escalaram o Forró do Muído? Simone e Simaria estão prontas para o sul e sudeste. Simone e Simaria são dois ícones. Você dá dois cliques nelas e a janela do forrobodó se abre!
Fato dois. Quem pensa que o pagode baiano está representado e cristalizado e cartãodevisitaneado por Rebolation está circular e esfericamente enganado. O cânone inaugurado pela modernização do samba de roda do Recôcavo inaugurado pelo É o Tchan produziu uma cena maravilhosa. Só que nem só de vantagens vive o carnaval privatizado baiano. Interesses comerciais escusos estão cometendo injustiças atrozes. Existe lá um cara que é uma mescla de Chico Science e Carlinhos Brown, que teve o dom de criar uma banda chamada Fantasmão, onde produziu pagodes (lá eles chamam de swingueira) com letras com forte cunho social, coisa inédita. Agora ele canta solo - a história dele é longa, não cabe nesse e-mail - e foi convidado a participar de um conceituado festival internacional de percussão. E participou. E a repercussão na imprensa baiana - motivada, repito, por escusos interesses comerciais - não só foi nula, como negativa!
Fato três. E esse é o fato interno supracitado. Sobre o sertanejo pop (curiosa e sincronicamente o tema da minha coluna recente) a Revista Veja estampou na capa: o "Brega virou pop". Te pergunto novamente: até que ponto se estenderá a cegueira de nossa "elite cultural" que se nega a reconhecer a riqueza musical produzida em nosso país? Aqui peço licença poética para usar a expressão brega de cú é rola! Ao ler a matéria uma ficha caiu em minha mente e quando isso ocorre eu tenho o hábito de ser mala comigo mesmo.
Explico.
Resolvi ler pela segunda vez em menos de um ano o livro Verdade Tropical do Caetano Veloso. Na primeira vez tratou-se de uma tortura chinesa que tinha imposto a mim mesmo, posto que odiava o Caetano. Desta vez foi imposição de minha intuição. Quando Caetano e seus baianos, no final dos anos 60, criaram o movimento da Tropicália, queriam implodir o sectarismo que existia entre a dita MPB, a jovem guarda e a cultura pop internacional.
Minha intuição – pelo menos é o que estou entendendo dela por enquanto – pareçe estar querendo me dizer que algo semelhante deve ser feito atualmente. Sertanejo é cultura de massas. Pagode é cultura de massas. Forró é cultura de massas. O nosso Tecnomelody idem. Existe um antagonismo gritante entre esses gêneros e a MPB e o tudo o que é considerado de “bom gosto” nesse país.
O que estou tentado te dizer, coleguinha Meg, e que uma nova tropicália se faz necessária. Desta vez não integrando à MPB a cultura de massa externa, mas sim a cultura de massas interna. Não seria bacana que o próprio Caetano se atentasse a isso e fizesse um reload de seu movimento dos anos 60? Estamos entrando nos anos 10, meio século se passou. No ano passado me engajei em procurar idéias que gerassem fatos, nesse ano inverti a lógica, busco fatos que gerem idéias. Bom, os fatos estão aí e a idéia - ainda um embrião, admito - é essa.
Me desculpe pelo e-mail longo. Me desculpe pelo tom de desabafo. Mas trata-se bem disso, de um e-mail longo e de um desabafo. E também de uma bela e merecida puxada de orelha, porque se você me conseguir logo aquela porra daquele blog tão adiado, poderei dar vazão a todos esses meus sentimentos. Poderei trabalhar melhor essa idéia, que por estar exposta em um portal de peso, será talvez mais ouvida e mais lida. Poderei transformar essa idéia em uma obra. Uma obra de arte, porque não sei se você já se atentou, não tento fazer jornalismo, tento fazer arte e literatura.
Pra finalizar, parafrasearei o próprio Caetano, roubando o título do blog que ele tinha. Meu blog no portal ORM poderia se tornar uma Obra em Progresso.
Prontofalei e não fale pra ninguém que um dia na vida eu tive a bichiçe de sentar pra escrever um e-mail tão passional.
Fato um. Os Aviões do Forró - esta reencarnação de Jackson do Pandeiro - finalmente gravaram um DVD decente, sob a tutela da Som Livre, em Salvador. Chamaram a Ivete Sangalo para participar, num claro tributo à arte da obviedade. Também tentaram encaixar Jorge & Mateus, em outro tributo, desta vez ao oportunismo comercial. Mas veja, o terceiro convidado foi o Humberto Gessinger do forró: Dorgival Dantas. Nada contra este talentoso compositor, mas Meguita of Sky, descasque o seguinte abacaxi: porque cacete de asas não escalaram o Forró do Muído? Simone e Simaria estão prontas para o sul e sudeste. Simone e Simaria são dois ícones. Você dá dois cliques nelas e a janela do forrobodó se abre!
Fato dois. Quem pensa que o pagode baiano está representado e cristalizado e cartãodevisitaneado por Rebolation está circular e esfericamente enganado. O cânone inaugurado pela modernização do samba de roda do Recôcavo inaugurado pelo É o Tchan produziu uma cena maravilhosa. Só que nem só de vantagens vive o carnaval privatizado baiano. Interesses comerciais escusos estão cometendo injustiças atrozes. Existe lá um cara que é uma mescla de Chico Science e Carlinhos Brown, que teve o dom de criar uma banda chamada Fantasmão, onde produziu pagodes (lá eles chamam de swingueira) com letras com forte cunho social, coisa inédita. Agora ele canta solo - a história dele é longa, não cabe nesse e-mail - e foi convidado a participar de um conceituado festival internacional de percussão. E participou. E a repercussão na imprensa baiana - motivada, repito, por escusos interesses comerciais - não só foi nula, como negativa!
Fato três. E esse é o fato interno supracitado. Sobre o sertanejo pop (curiosa e sincronicamente o tema da minha coluna recente) a Revista Veja estampou na capa: o "Brega virou pop". Te pergunto novamente: até que ponto se estenderá a cegueira de nossa "elite cultural" que se nega a reconhecer a riqueza musical produzida em nosso país? Aqui peço licença poética para usar a expressão brega de cú é rola! Ao ler a matéria uma ficha caiu em minha mente e quando isso ocorre eu tenho o hábito de ser mala comigo mesmo.
Explico.
Resolvi ler pela segunda vez em menos de um ano o livro Verdade Tropical do Caetano Veloso. Na primeira vez tratou-se de uma tortura chinesa que tinha imposto a mim mesmo, posto que odiava o Caetano. Desta vez foi imposição de minha intuição. Quando Caetano e seus baianos, no final dos anos 60, criaram o movimento da Tropicália, queriam implodir o sectarismo que existia entre a dita MPB, a jovem guarda e a cultura pop internacional.
Minha intuição – pelo menos é o que estou entendendo dela por enquanto – pareçe estar querendo me dizer que algo semelhante deve ser feito atualmente. Sertanejo é cultura de massas. Pagode é cultura de massas. Forró é cultura de massas. O nosso Tecnomelody idem. Existe um antagonismo gritante entre esses gêneros e a MPB e o tudo o que é considerado de “bom gosto” nesse país.
O que estou tentado te dizer, coleguinha Meg, e que uma nova tropicália se faz necessária. Desta vez não integrando à MPB a cultura de massa externa, mas sim a cultura de massas interna. Não seria bacana que o próprio Caetano se atentasse a isso e fizesse um reload de seu movimento dos anos 60? Estamos entrando nos anos 10, meio século se passou. No ano passado me engajei em procurar idéias que gerassem fatos, nesse ano inverti a lógica, busco fatos que gerem idéias. Bom, os fatos estão aí e a idéia - ainda um embrião, admito - é essa.
Me desculpe pelo e-mail longo. Me desculpe pelo tom de desabafo. Mas trata-se bem disso, de um e-mail longo e de um desabafo. E também de uma bela e merecida puxada de orelha, porque se você me conseguir logo aquela porra daquele blog tão adiado, poderei dar vazão a todos esses meus sentimentos. Poderei trabalhar melhor essa idéia, que por estar exposta em um portal de peso, será talvez mais ouvida e mais lida. Poderei transformar essa idéia em uma obra. Uma obra de arte, porque não sei se você já se atentou, não tento fazer jornalismo, tento fazer arte e literatura.
Pra finalizar, parafrasearei o próprio Caetano, roubando o título do blog que ele tinha. Meu blog no portal ORM poderia se tornar uma Obra em Progresso.
Prontofalei e não fale pra ninguém que um dia na vida eu tive a bichiçe de sentar pra escrever um e-mail tão passional.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Entrevista com Bonde do Maluco
O ‘Bonde do Maluco’, banda conhecida pela música ‘Não chore’, grava seu primeiro DVD nessa quarta e quinta, 20 e 21, em Aracaju. O primeiro dia será apenas para convidados. Os ingressos para a quinta-feira, 21, estão sendo vendidos antecipadamente na Loja Imperador pelo preço de R$ 15, na hora do show custará R$ 20. Para falar do show e do sucesso da banda, que tem apenas seis meses de estrada, o Portal Infonet conversou com Dan Ventura, vocalista e compositor do hit que foi o mais tocado no carnaval 2008.
Portal infonet – Por que gravar o DVD em Aracaju?
Dan Ventura – Sergipe foi um dos poucos Estados que nós tocamos, devido a agenda da banda. Então resolvemos lançar para o Brasil um dos estados onde nós temos um grande número de fãs. Vamos fazer o DVD aqui para mostrar que o Nordeste é rico em alegria.
Infonet – Qual novidade vocês estão trazendo para o show?
Dan – O show é completamente diferente do que as pessoas já viram, mas com as músicas que o pessoal gosta de ouvir. Tem três músicas inéditas, e no DVD essa vai ser a segunda parte do show. A primeira foi gravada durante o carnaval de Juazeiro em cima do trio elétrico. O trio arrastando com mais de 100 mil pessoas atrás, ficou muito lindo. O DVD vai ficar dividido entre Sergipe e Bahia
Infonet – Como vocês encaram o sucesso repentino?
Dan – A gente não encara, porque se parar pra pensar fica maluco. A gente procura fazer o que mais gosta que é música, que sempre lutamos pra chegar nesse patamar, e graças a Deus conseguimos. Eu sei que estou fazendo sucesso porque já faz um tempo que não vou pra casa. Tem show nos sete dias da semana (risos).
Infonet – Por que fazer uma versão da música Don't Matter, do Akon?
Dan – Na verdade não foi uma versão. O Billy X chegou lá em casa com a música do Akon pra gente realmente fazer uma versão, só que eu sou muito preguiçoso aí falei: Ô Billy, eu tô com preguiça então vou tirar dessa música o que acho de melhor. Que é o ‘ô ô ô’ e o ‘nobodi wanna see me dieuou’. Eu não sei nem como falar inglês. (risos), A parte do rap foi minha, então a música se tornou híbrida. Eu só mantive o refrão, e coloquei a pegada arrocha, que o Akon tem que rebolar muito ainda pra aprender.
Infonet – Como vocês encaram a pirataria?
Dan – É uma faca de dois gumes. Por um lado é chato porque deixamos de ganhar dinheiro pela gravação. Mas por outro tem gente que sobrevive disso, que sustenta suas famílias com isso. E pra gente é propaganda. Então a pirataria ajuda e atrapalha. Acho que se o governo botasse o disco mais barato em vez das pessoas piratearem poderiam agir em conjunto com as gravadoras, sendo revendedores. O que não dá é a população pagar R$20 por um disco.
Infonet – Fale um pouco do início de sua carreira na música.
Dan - Comecei com 16 anos, fui baixista, guitarrista, tecladista, e trabalhei em estúdio. A minha primeira banda como vocal foi a ‘Novo Tom’, que estourou com a música ‘Tapinha na Bundinha’ e ‘Chora guitarra que eu quero arrochar’, que são composições minhas. Depois fiz a banda ‘Toque novo’, da qual era diretor, quando compus o ‘Piriripompom’. Foi nessa época que eu conheci e dei o nome da ‘Ninjas do Arrocha’, banda daqui de Sergipe. Depois disso comecei a cantar na ‘Tom a mais’ que virou ‘Bonde do Maluco’ com a chegada do Billy X.
Infonet - Como foi a gravação do primeiro CD?
Dan – O produtor da nossa gravadora me apresentou ao Billy X (o outro vocalista da banda) há seis meses e nós ficamos num estúdio uma semana. Foi o tempo de compor todas as músicas e gravar o CD.
Por Ben-Hur Correia e Carla Sousa
Portal infonet – Por que gravar o DVD em Aracaju?
Dan Ventura – Sergipe foi um dos poucos Estados que nós tocamos, devido a agenda da banda. Então resolvemos lançar para o Brasil um dos estados onde nós temos um grande número de fãs. Vamos fazer o DVD aqui para mostrar que o Nordeste é rico em alegria.
Infonet – Qual novidade vocês estão trazendo para o show?
Dan – O show é completamente diferente do que as pessoas já viram, mas com as músicas que o pessoal gosta de ouvir. Tem três músicas inéditas, e no DVD essa vai ser a segunda parte do show. A primeira foi gravada durante o carnaval de Juazeiro em cima do trio elétrico. O trio arrastando com mais de 100 mil pessoas atrás, ficou muito lindo. O DVD vai ficar dividido entre Sergipe e Bahia
Infonet – Como vocês encaram o sucesso repentino?
Dan – A gente não encara, porque se parar pra pensar fica maluco. A gente procura fazer o que mais gosta que é música, que sempre lutamos pra chegar nesse patamar, e graças a Deus conseguimos. Eu sei que estou fazendo sucesso porque já faz um tempo que não vou pra casa. Tem show nos sete dias da semana (risos).
Infonet – Por que fazer uma versão da música Don't Matter, do Akon?
Dan – Na verdade não foi uma versão. O Billy X chegou lá em casa com a música do Akon pra gente realmente fazer uma versão, só que eu sou muito preguiçoso aí falei: Ô Billy, eu tô com preguiça então vou tirar dessa música o que acho de melhor. Que é o ‘ô ô ô’ e o ‘nobodi wanna see me dieuou’. Eu não sei nem como falar inglês. (risos), A parte do rap foi minha, então a música se tornou híbrida. Eu só mantive o refrão, e coloquei a pegada arrocha, que o Akon tem que rebolar muito ainda pra aprender.
Infonet – Como vocês encaram a pirataria?
Dan – É uma faca de dois gumes. Por um lado é chato porque deixamos de ganhar dinheiro pela gravação. Mas por outro tem gente que sobrevive disso, que sustenta suas famílias com isso. E pra gente é propaganda. Então a pirataria ajuda e atrapalha. Acho que se o governo botasse o disco mais barato em vez das pessoas piratearem poderiam agir em conjunto com as gravadoras, sendo revendedores. O que não dá é a população pagar R$20 por um disco.
Infonet – Fale um pouco do início de sua carreira na música.
Dan - Comecei com 16 anos, fui baixista, guitarrista, tecladista, e trabalhei em estúdio. A minha primeira banda como vocal foi a ‘Novo Tom’, que estourou com a música ‘Tapinha na Bundinha’ e ‘Chora guitarra que eu quero arrochar’, que são composições minhas. Depois fiz a banda ‘Toque novo’, da qual era diretor, quando compus o ‘Piriripompom’. Foi nessa época que eu conheci e dei o nome da ‘Ninjas do Arrocha’, banda daqui de Sergipe. Depois disso comecei a cantar na ‘Tom a mais’ que virou ‘Bonde do Maluco’ com a chegada do Billy X.
Infonet - Como foi a gravação do primeiro CD?
Dan – O produtor da nossa gravadora me apresentou ao Billy X (o outro vocalista da banda) há seis meses e nós ficamos num estúdio uma semana. Foi o tempo de compor todas as músicas e gravar o CD.
Por Ben-Hur Correia e Carla Sousa
Breve História da Banda
A banda surgiu da idéia do produtor musical Orlando Barros de juntar Dan Ventura, que já havia emplacado o hit "Piriripompom" no carnaval de 2007, com o paulista Billy X, que vinha da praia do Hip Hop. Somando a isso as referências do pagode do Axé e até mesmo Jazz, o som resultante foi algo totalmente original.
O seu disco de estréia, lançado no final de 2007 está cravejado de jóias. O primeiro sucesso foi "Não Vale Mais Chorar por ele", versão da música "Don't Matter" do rapper Akon que causou tanto que Ivete Sangalo, do alto do seu Trio Elétrico no carnaval de 2008, a cantou no tradicional momento em que se traveste de Piriguete Sangalo e canta algum sucesso alheio. Dan Ventura certa vez afirmou que sua versão é melhor que a original e que o negão americano teria que rebolar muito para chegar em seu nível. E eu concordo com o descarado. É claro que não faltaram imbecis que tomaram a parte pelo todo e devido ao simples fato da música ser uma versão de um hit gringo e descartaram o resto do disco. E que resto!
Destacar algumas músicas é uma tarefa ingrata, mas como tem gente que limpa fossas, vamos lá. Com uma introdução emulando uma voz infantil, "Cadê os Cachaçeiros" fazem a alegria da criançada, que responde um coro no refrão, "tão tudo dormindo, tão lá no cabaré", sem nem se tocarem do deprave da coisa. Meus filhos adoram. Na "Bichinhas do Arrocha" os quatros vocalistas interpretam bichonas numa performance teatral que é de chorar. Já "Malha Arrocha" é capaz de fazer um Bóris Cazoy rebolar tal qual um baiano da gema.
Mas o filé mesmo é a sexta faixa, "Sai da frente, rapaz". Com um solo de saxofone pra lá de suingado na abertura e uma letra minimalista na medida exata, a música teve a honra de ser incluída no repertórios do Aviões do Forró e olhe que eles não tocam nada que não seja sucesso popular, independente o gênero. Os Aviões costumam atuar como um carimbo de autenticação de um versadeiro sucesso. Depois eles ainda incluiram outras musicas do Bonde do Maluco em seu repertório, o que só faz comprovar o êxito dos baianos.
Com apenas dois anos de carreira, eles já estão com quatro discos lançados, sendo que um deles foi gravado ao vivo em Aracaju e posteriormente laçado como DVD oficial. Segundo Dan Ventura os discos venderam feito água e não fosse a pirataria, já estariam na casa dos milhões. Segundo Timpin, não fosse a pirataria eles ainda estariam animando serestas furrebas na periferia de Salvador. Mas não polemizemos, os caras são muito gente fina.
O seu disco de estréia, lançado no final de 2007 está cravejado de jóias. O primeiro sucesso foi "Não Vale Mais Chorar por ele", versão da música "Don't Matter" do rapper Akon que causou tanto que Ivete Sangalo, do alto do seu Trio Elétrico no carnaval de 2008, a cantou no tradicional momento em que se traveste de Piriguete Sangalo e canta algum sucesso alheio. Dan Ventura certa vez afirmou que sua versão é melhor que a original e que o negão americano teria que rebolar muito para chegar em seu nível. E eu concordo com o descarado. É claro que não faltaram imbecis que tomaram a parte pelo todo e devido ao simples fato da música ser uma versão de um hit gringo e descartaram o resto do disco. E que resto!
Destacar algumas músicas é uma tarefa ingrata, mas como tem gente que limpa fossas, vamos lá. Com uma introdução emulando uma voz infantil, "Cadê os Cachaçeiros" fazem a alegria da criançada, que responde um coro no refrão, "tão tudo dormindo, tão lá no cabaré", sem nem se tocarem do deprave da coisa. Meus filhos adoram. Na "Bichinhas do Arrocha" os quatros vocalistas interpretam bichonas numa performance teatral que é de chorar. Já "Malha Arrocha" é capaz de fazer um Bóris Cazoy rebolar tal qual um baiano da gema.
Mas o filé mesmo é a sexta faixa, "Sai da frente, rapaz". Com um solo de saxofone pra lá de suingado na abertura e uma letra minimalista na medida exata, a música teve a honra de ser incluída no repertórios do Aviões do Forró e olhe que eles não tocam nada que não seja sucesso popular, independente o gênero. Os Aviões costumam atuar como um carimbo de autenticação de um versadeiro sucesso. Depois eles ainda incluiram outras musicas do Bonde do Maluco em seu repertório, o que só faz comprovar o êxito dos baianos.
Com apenas dois anos de carreira, eles já estão com quatro discos lançados, sendo que um deles foi gravado ao vivo em Aracaju e posteriormente laçado como DVD oficial. Segundo Dan Ventura os discos venderam feito água e não fosse a pirataria, já estariam na casa dos milhões. Segundo Timpin, não fosse a pirataria eles ainda estariam animando serestas furrebas na periferia de Salvador. Mas não polemizemos, os caras são muito gente fina.
Assinar:
Comentários (Atom)
